O mundo está realmente na era de revoltas e conquistas (Gekokujyo)＊
Período em que somente quem possui poder militar sobrevive. (vide gráfico de correlação em anexo).

Na madrugada de 05 de abril de 1530, o comandante-chefe do Exército Kouten, Genzou, conduzindo um exército de 50 mil guerreiros invadiu a nação Wa (paz), governada por Masahide Sakurafuji.
Genzou é comandante-chefe frio, cruel e implacável da nação de dragão que provoca guerras e amplia seu território de domínio, aumentando cada vez mais o seu exército.
Esse era o período conturbado, de táticas política-militares onde as pessoas
traíam e eram traídas.
Os camponeses que detestavam guerra também, sem perceber, de repente tornavam-se lacaios de Genzou que utilizava a sua força como seu exército para atacar os senhores feudais possuidores de recursos econômicos.
Para sua sobrevivência, aos camponeses, era mais sensato submeter-se ao Genzou do que ser morto por ele.
Devido ao grande pavor, havia parentes de Yume, Makoto e Shou do exército de Sakurafuji que, sem alternativa, se tornaram militares subordinados ao Genzou.
Nação de Wa (paz) de terras férteis. Genzou ficava o tempo todo tocaiando com olhos de lince essa nação bonita e rica, desejando sempre torná-la seu território. Os samurais da nação de Wa (paz) que eram meio camponeses e meio samurais, por não haver lutas por muito tempo, viviam boa parte do dia trabalhando na terra e cuidando de animais. Havia anos que não pegavam nas armas para combater inimigos. Os samurais, através da prática de caças, aprimoravam-se na arte de utilização de arcos, flechas e espadas.
Vendo o amadurecimento suficiente da oportunidade de ataque, Genzou invade de vez a nação de Wa (paz). O exército de Sakurafuji rebate o ataque com toda a sua força, mas somente com 20 mil guerreiros, não há como vencer.
Os filhos de Masahide que são Chi, Shin e Gi lutam com bravura revidando o ataque dos guerreiros inimigos. No entanto, do outro lado grande número de inimigos e desse lado, poucos combatentes cansados de lutar com guerreiros do Exército Kouten que atacava repetidamente, um atrás do outro, os três filhos acabaram perdendo as suas vidas.
O Exército Kouten lança flechas de fogo em direção ao castelo Sakurafuji.
O fogo se espalha por todo lado e o comandante-chefe do exército de Sakurafuji, Masahide, encurralado, desiste de lutar, decide tirar a sua própria vida.
Era o último momento de Masahide e sua esposa legítima Princesa Kiyo.

Masahide ainda tinha mais dois filhos, Shou e Shuu.
Shou é mestre em artes marciais e Shuu, médico militar.

Naquela manhã, os dois foram ao castelo Sakurafuji e após cumprimentarem Masahide, foram caçar coelhos. Chegando ao campo de caça, bem distante, ouvia-se de vez em quando vozes de guerreiros lutando, trazidas pelo vento.
“Não pode ser...”
Vendo o castelo Sakurafuji em chama causada pela invasão de Exército Kouten abaixo de seus olhos, os dois foram tomados por profunda tristeza e ira, mas com a aproximação dos perseguidores do exército inimigo, deixam o campo de caça e fogem para o castelo Takase de Shuu.

(continua)

Shou (comandante), que fugiu apavorado para castelo Takase onde se encontrava Shuu, herdou em 1532 a liderança do clã Sakurafuji e para combater o Exército Kouten, constituiu aliança com três nações vizinhas.

Os Daimyos (senhores de terras) das três nações vizinhas, Yume, Makoto e Shou respectivamente, eram comandantes-chefes com elevadas destrezas e valentias militares, mas por muito tempo trabalhavam junto com o povo cuidando da terra todos os dias. Na época de crise de fome, se o território não fosse produtivo, seria impossível lutar.
Shou (comandante) e pessoas que foram expulsos das terras férteis, se preparavam para a lutas que poderão vir um dia, dedicando-se com afinco ao cultivo da terra no novo território, produzindo arroz e hortaliças. Graças a esse esforço, foi criado o território rico.
Criaram muitas galinhas, vacas e porcos. No ambiente natural, ao redor do Shou (comandante), aos poucos voltavam os dias de paz.

Yume, Makoto e Shou das três nações possuíam desde que nasceram, poderes para domar a natureza: Yume controla os pássaros, Makoto a água e Shou, os raios.
No momento, não havia necessidade de utilizar estas técnicas que, então, permaneceram seladas.
No entanto, pelo fato de os povos da nação Wa (paz) serem assassinados, os três comandantes-chefes estavam cientes de que mais cedo ou mais tarde seriam atacados pelo Exército Kouten que mirava ampliar o domínio dos territórios, buscando o território único.
“Vamos estabelecer uma aliança com Shou (comandante) e defender do Genzou os territórios e o povo!”
Os quatro comandantes-chefes se uniram com forte laço.
Genzou, que tomou conhecimento disso, para demonstrar vingança, assassinou todos os parentes de Yume, Makoto e Shou que já estavam unidos em aliança com Exército Kouten.
Esse fato fez com que o mundo tomasse mais conhecimento sobre a maldade imoral e diabólica de Genzou, suscitando maior temor.
Tomando conhecimento desses assassinatos, Yume, Makoto e Shou ficaram muito tristes, amargurados e sofridos. E finalmente, ativaram seus poderes selados.

(Palavras de magia

Yume... “KyoRinronpouchyouhijinsyuu...”
(Ensinamento, Lei e Teoria de domínio humano sobre voo de pássaros)

Makoto... “KyoRinronpousuiryujinsyuu...”
(Ensinamento, Lei e Teoria de domínio humano sobre corrente de água)

Shou ... “KyoRinronpouraijinjinsyuu...” (Ensinamento, Lei e Teoria de domínio humano sobre Deus do trovão)

Desde então, durante alguns meses, os três treinaram arduamente para aprimorar suas técnicas de magia.
Nação TOO (Longínqua ) – Senhor do castelo Otaka (grande gavião): Yume e vassala Rin

Nação AO (Jade)- Senhor do castelo Shimizu (água límpida): Makoto

Nação TEN (Céu)- Senhor do castelo Raijin (Deus do trovão): Shou
Eles defendem por três lados o castelo Shin Sakurafuji do comandante, construído em março de 1537 em Asahidake por Shou.
O castelo localizado mais distante do castelo Shin Sakurafuji é o castelo Takase, que fica na nação Hiyoshi. O senhor do castelo é Shuu, irmão menor do comandante.
Na parte de trás do castelo Shin Sakurafuji fica o paredão de grande penhasco íngreme e a baia de Ginpa que se liga ao grande mar.

Em 30 de junho de 1540, finalmente inicia-se o temido ataque do Exército Kouten que marcha em direção ao Castelo Shin Sakurafuji.

(continua)

No dia 30 de junho de 1540, o Exército Kouten marchou em direção ao castelo Shin Sakurafuji.
O Exército Kouten era composto por dez mil guerreiros. A estratégia de Genzou é derrubar primeiramente o castelo Otaka (gavião grande) que contava com pouco número de guerreiros, cinco mil, como acesso para avançar seu exército para o castelo Shin Sakurafuji. Assim raciocinou que com dez mil guerreiros seria suficiente para conquistar a vitória.
Rin, que é vassala de Yume, na noite anterior sentiu no seu peito algo inquietante através de astrologia e avisa a Yume o mau presságio, mas Yume, por sua vez, concentrado em alimentar aves de rapina com carne seca, mal deu ouvidos à Rin. Rin se dedica a cuidar da segurança pessoal de Yume. Secretamente, Rin nutre amor e carinho pelo Yume. Não se sabe até que ponto esse sentimento de Rin tenha alcançado o coração de Yume.
Yume, em vez de conversar com Rin, prefere caçar águia montanhesa durante o dia e coruja à noite. “Buooooooooo....” “Buoooooooo”, quando o céu do lado leste começa a clarear, ao som de búzio-trombeta, os pássaros da floresta começam a voar todos juntos.
Yume entendeu que isso seja um ataque surpresa do Exército Kouten.
Yume sobe correndo para a torre do castelo e começa a entoar palavras de magia:

“KyoRinronpouchyouhijinsyuu...”

O céu, que estava clareando, escureceu com o voo de milhares de pássaros cobrindo o ar que atacam os guerreiros do Exército Kouten.
Águias montanhesas, gaviões grandes, águias reais, com seus bicos e garras afiadas dos pés e contundentes bicam e ferem os guerreiros. Dez mil guerreiros tentam fugir. Com o ataque inesperado e violento dos pássaros, os guerreiros do Exército Kouten se dispersam como se fossem filhotes de aranha.
Ouvindo essa notícia, Genzou ficou furioso e arremessou com violência a taça de ouro que havia preparado para comemorar a vitória.
O segundo grupamento de exército, os vinte mil guerreiros que iniciaram a marcha após dois dias, não poderia nem voltar devido à ira de Genzou e ao anoitecer marcharam temerosamente na floresta, onde os corvos cantavam, em direção ao castelo Shimizu (água límpida) e castelo Raijin (Deus do trovão).
Rin já havia enviado pombos-correios aos dois, Makoto e Shou, avisando que houve ataque surpresa.
Nessa noite, Makoto e Shou realizam uma reunião de avaliação e planejam suas estratégias.
“Nenhum guerreiro deve ir ao campo de batalha!” Com essa estranha ordem, os guerreiros aliados passaram a noite e aguardaram o amanhecer, divertindo-se, bebendo, lutando sumô e jogando cartas no castelo.
Logo na manhã seguinte, Makoto e Shou, aguardando a chegada do Exército Kouten no castelo Shimizu e Raijin entoam as palavras de magia:

“KyoRinronpousuiryujinsyuu...”

“KyoRinronpouraijinjinsyuu...”
A água do rio Ooshimizu que corre abaixo do castelo Shimizu, no piscar de olhos transborda e engole muitos guerreiros inimigos.
Devido ao peso das suas armaduras, os guerreiros não conseguem nadar.

“Baaaan・・・BariBariBari・・・”
Também, vários relâmpagos que caíram sobre as armaduras dos guerreiros que atacaram o castelo Raijin (Deus do trovão) incendiaram-nas por completo, causando grandes queimaduras na pele e havia guerreiros que morreram por choque de correntes elétricas que atingiram o tronco encefálico.
Os guerreiros que assistiam de dentro do castelo a situação dessa batalha aplaudiram batendo palmas. Enalteceram os temíveis poderes de magia de Makoto e Shou, levantaram o grito pela vitória da guerra:
“Ei, Ei, Oh!” “Ei, Ei, Oh!”
Dias depois, Yume, Makoto e Shou compartilharam taças de sakê delicioso, regozijando a vitória.
No entanto, para o comandante Shou, havia alguma coisa que não o convencia.

(continua)

Em julho de 1540, o comandante-chefe do exército de Shin Sakurafuji, conseguiu ser vitorioso contra o ataque surpresa do Exército Kouten graças a poderes sobrenaturais de Yume e outros.
Porém, para Shou (comandante) restou a grande dúvida: Por que o Exército Kouten não enviou o grupamento de trinta mil guerreiros desde o início? Mesmo atacando com exército de trinta mil guerreiros, os exércitos aliados de Shin Sakurafuji possuíam força de sessenta mil guerreiros.
Não haveria nenhuma chance de o exército Kouten vencer...
No mês de agosto do mesmo ano, mudou a estação e na nação de Shou (comandante), a presença de libélulas vermelhas nas florestas e montanhas tornou-se frequente. Então, nessa época do ano, finalmente foi respondida a dúvida de Shou (comandante). O número de guerreiros que Genzou enviou não foi apenas trinta mil, mas sim, sessenta mil.
No meio da noite, os barcos, carregando trinta mil guerreiros da marinha, concentraram-se na baía de Ginpa.
Contra o exército de Shin Sakurafuji, que não era muito forte em batalhas navais, a tática de Genzou era de atacar por dois lados, por terra e mar, encurralando-o. Contudo, devido à forte ventania da época, os navios militares carregando guerreiros se atrasaram na chegada à baía de Ginpa. A densa escuridão foi iluminada por chamas e num instante a área ficou clara como se fosse dia.
Milhares de flechas com fogo foram lançadas em direção ao castelo Shin Sakurafuji.
As flechas de fogo atingiram as árvores dos morros de Asahidake e as chamas são levadas violentamente pela brisa do mar pela montanha acima, onde se encontra o castelo. O vassalo Jin que doma o fogo com seu poder sobrenatural não consegue controlar as flechas de fogo lançadas uma atrás da outra.
Mesmo assim, Jin entoa as palavras de magia várias vezes.

“KyoRinronpoukaenchinka” (Ensinamento, Lei e Teoria de domínio humano sobre extinção de chamas)

Em vez de acabar as chamas, o vento que sopra do mar aumenta ainda mais a força das chamas.
Se estivesse aqui Makoto que domina a água... Makoto que ouviu o aviso chega ao castelo Shin Sakurafuji só depois de metade do dia ter passado.
Quando o comandante desconsolado observou da torre do castelo a parte de baixo murmurando, “desse jeito, o castelo será totalmente queimado”, de repente a violência das chamas cessou.
Um homem gigante segue derrubando uma atrás da outra, 2, 3 grandes árvores em volta do castelo.
Alguém está impedindo o avanço do fogo.
A sombra da pessoa iluminada pela chama é de Gou que possui força sobre- humana. Ele é um brasileiro naturalizado japonês, vassalo do comandante-chefe Shou para desfazer o feitiço sofrido por Ritsu, sua irmã menor.
O vento continua soprando forte e com o tempo a chuva torna-se torrencial e aos poucos, a força do fogo desparece. “Grigrigri.......” “Treck...Treck...” Os navios batem um no outro e se destruindo. Os gritos de socorro dos guerreiros “Uaaaaaiiii” também são abafados pelas ondas do mar.

Centenas de barcos do Exército Kouten são, um atrás do outro, engolidos pelas altas ondas, e seus guerreiros lançados para o mar agitado.

A tempestade repentina definiu claramente quem são os vitoriosos e os derrotados.
Esta tempestade repentina foi um tufão que anunciou o fim do verão.

Após testemunhar os horrores da força da natureza, Shou (comandante) construiu fortificações ao longo da costa marítima para se proteger da chegada dos inimigos e reforçou a segurança interna e externa do castelo Shin Sakurafuji.

(continua)

Gou, o vassalo do comandante Shou que estava derrubando 2, 3 árvores seguidamente na batalha da baía de Ginpa, tem irmã menor que veio junto, do Brasil. Seu nome é Ritsu.
No Brasil, os dois irmãos eram chamados de Pedro e Maria.
Os dois são irmãos que nasceram numa família de agricultores, bem no interior do Brasil. O pai faleceu alguns meses depois do nascimento da Maria, por causa de uma epidemia.
Para o sustento da família, a mãe ia todos os dias para a cidade trabalhar, deixando os dois filhos ainda pequenos em casa, mas com o tempo infelizmente não voltou para onde as crianças estavam esperando. Nessa época, Pedro tinha 10 anos e Maria 7.
Sete anos se passaram e num verão, de repente Pedro contrai uma doença de causa desconhecida e passa vários dias sofrendo com febre alta. Na casa não havia dinheiro para comprar os remédios. Maria, agora com 14 anos de idade, vai à cidade para vender mandioca.
Mesmo sem prática, para o bem do irmão, oferece o produto às pessoas que
passam, desde manhã cedo até o dia escurecer. Certo dia uma anciã começa a conversar com Maria. “Consegue vender bem a mandioca?”
“Não, não está vendendo muito. Mas para tratar da doença do meu irmão, preciso de dinheiro. Preciso trocar rapidamente a mandioca por dinheiro.”
Quando Maria comenta sobre a doença do irmão, a anciã começa a falar sobre
uma erva medicinal de folhas vermelhas que existe no Monte Hakusan.
“Tomando infusão dessa erva medicinal, curará a doença.” Mas a conversa era tenebrosa, pois a anciã explicou que no Monte Hakusan vive uma feiticeira que caso faça feitiçaria, se tornará sua serva.
Para salvar seu irmão, Maria se prepara imediatamente e segue para o Monte Hakusan que ouviu da anciã.
Para Maria, é um caminho muito penoso, mas continua subindo, atravessando o local sem trilhas, abrindo o mato com as mãos.
Apesar de estar em pleno verão, o Monte Hakusan é mundo de gelo. O forte vento solapa violentamente.
“Terei que voltar com a erva medicinal antes que seja descoberta por ela...” Maria, quando apanha um punhado de erva medicinal, desce correndo a montanha. Entretanto, mesmo correndo por muito tempo, a paisagem ao seu redor não muda. Achando tudo isso estranho e olhando para trás, estava uma mulher sem rosto, vestida de branco. Não se sabe por que, mas havia no ar uma fragrância nostálgica. Cheiro de perfume suave e agradável.
É a feiticeira que a anciã havia comentado. A feiticeira fala à Maria. “Maria, me liberte deste local, caso contrário...” A feiticeira começa a entoar canto de feitiço em direção à Maria. Sem hesitar, Maria recomeça a correr freneticamente morro abaixo. Quando finalmente chegando em casa, imediatamente retira a erva medicinal do saquinho, prepara a infusão e dá para seu irmão tomar.
Na manhã seguinte, a febre do irmão baixou totalmente e a doença estava curada. Pedro agradeceu muito à Maria. No entanto, a partir dessa manhã, o comportamento da Maria ficou estranho. Sua expressão parece ser possuída por alguma coisa.
Pedro estava preocupado em saber como Maria conseguiu ter remédio já que não havia dinheiro. Descobrindo a erva medicinal vermelha na panela, Pedro lembrou da história contada por um padre sobre uma feiticeira que vive no Monte Hakusan. “Será que por minha causa...” Pedro sofreu e lamentou por Maria ter
sido enfeitiçada.
Maria também ficou com seu coração transtornado, querendo saber como a feiticeira a conhecia, chamando-a pelo nome e o que seria aquela fragrância familiar e nostálgica.
Seu sentimento ficou abalado e continuou vários dias sem conseguir dormir.
Pedro, que ouviu do padre que no Japão havia um médico com poder de magia, em julho de 1533 embarcou clandestinamente junto com Maria no navio mercante com destino ao Japão, que sairia de madrugada de uma cidade portuária antiga.
Após cerca de dois meses de viagem, o navio encalhou e afundou devido a uma forte tempestade. Os dois ficaram à deriva e foram atirados pelas ondas na praia de Ginpa. Shou (comandante) e Shuu que visitavam o Monte Asahi para construir o castelo Shin Sakurafuji salvaram os dois.
Shuu que se interessava por literatura ocidental era médico militar que falava várias línguas.
Perguntou ao Pedro que estava recuperando sua consciência o motivo por que foram atirados na praia.
Contou para Shuu que a irmã menor havia sido enfeitiçada.
Shuu explicou ao Pedro que infelizmente, o feitiço seria possível ser desfeito somente pela própria feiticeira.

(continua)

Passaram-se novos dias e meses, Pedro era um homem extremamente forte. Maria, se preocupava com esse irmão e naturaliza-se, juntamente com ele, como cidadãos japoneses e Pedro torna-se vassalo do comandante Shou do clã Sakurafuji.
Pedro foi rebatizado como Gou e Maria como Ritsu e assim inicia-se a vida no Japão, estranha para os dois. Homem com força, Pedro, agora Gou, e Ritsu, hábil no preparo de pratos feitos de feijão, eram muito populares e queridos entre os aldeões.
No entanto, a doença de Ritsu não mostrava nenhuma melhora. De tempo em tempo, o feitiço aplicado nela surgia de repente, fazendo com que sua feição se alterasse e pronunciasse palavras com grunhidos ameaçadores. Mesmo assim, Ken e Ai, que são vassalos de clã de Shuu, dedicavam amor e carinho para Ritsu.

Da mesma forma que o Gou e Ritsu, Ken e Ai também são irmãos muito amigos. Gou aprendeu sobre a cultura japonesa do Ken, com bastante conhecimento e dele aprendeu também artes marciais. Ken também é um jovem médico que auxilia Shuu. Por sua vez, Ritsu também aprendeu da Ai, que é ninja feminina (Kunoichi), Ninjyutsu,(táticas de ninjya) como artes marciais, técnica de coleta de informações secretas, magia e outras habilidades.
Ai cuidava afetuosamente da corajosa Ritsu como se fosse sua irmã menor. Certo dia, no início de verão, Ken e Ai fizeram uma excursão a um local um pouco afastado, levando Ritsu para uma colina onde é possível visualizar toda a bela baia de Ginpa. Quando chegava essa época, Ken e Ai ficavam ansiosos para irem a esse local agradável.
O campo inteiro é coberto por flores de lavanda de cor azul-púrpura, exalando aroma suave e agradável.
Ken e Ai sabiam que a lavanda possui o poder de induzir tranquilidade espiritual e seus efeitos calmantes. Também ouviram de Shuu, que é médico militar, que lavanda é um remédio eficiente contra insônia.
“Estou com fome...” Ken logo queria abrir a marmita que Ai preparou embrulhada na casca de bambu.
“Ritsu, o tapete azul-púrpura que se estende a perder vista não é lindo? É um pouco cedo, mas vamos almoçar!!” Ai chama Ritsu (Ritsu que está um pouco distante. “...........” Ritsu ficou paralisada no mesmo lugar, sem responder. Quando Ai se aproxima da Ritsu, seus olhos estavam cheios de lágrimas. As lágrimas caem sem parar.
Ai abraça os ombros da Ritsu com carinho. Quem entende melhor o sofrimento da Ritsu devido à sua doença talvez seja Ai.
Ritsu estava lembrando da sua época de infância.
Estava lembrando dos dias tristes e infelizes porque a mãe não voltava para casa. A fragrância de lavanda fez com que num instante levasse o pensamento de Ritsu para o passado.
Sim, aquela fragrância nostálgica que sentiu quando apanhou punhado de erva medicinal vermelha no Monte Hakusan essa fragrância era de lavanda.
Ritsu percebeu que é a fragrância que a mãe adorava.
Naquele dia, pelo fato de feiticeira ter a chamado de “Maria....” e ter sentido a fragrância nostálgica, fizeram logo deduzir que a feiticeira era a sua mãe.
“Por que, mãe...”

Quando os morros de Asahidake começaram a ser tingidos por sol poente, Ai apanha punhados de lavanda para preparar tempero e chá.

(continua)

O tempo passou. Os dias de tranquilidade e paz voltaram ao território de Shou (comandante).
Mês de maio, onde os produtos agrícolas crescem fartamente e as florestas ficam verdejantes. Alegres risos do povo ecoam por toda a aldeia.
Nessa época, Kouten Genzou ficou confinado no Monte Ryuujin, (um vale profundo de montanhas longínquas desabitadas) praticando aprimoramento de suas habilidades.
Tudo isso para contra-atacar o clã de Shin Sakurafuji. O corpo de Genzou já não é mais de um ser humano. Transformou-se em dragão coberto de escamas prateadas. Na escuridão, enrola o seu corpo como se fosse espiral, seus olhos ficam vermelhos, raivosos e de vez em quando solta a língua bifurcada para fora. Em agosto de 1550, o Exército Kouten, composto por cem mil guerreiros, avança em direção ao castelo Shin Sakurafuji para atacar.
O exército de Shin Sakurafuji com seus sessenta e poucos mil guerreiros tenta revidar, mas a cavalaria do Exército Kouten derruba as paredes de proteção uma atrás da outra e invade o quartel. Estando os guerreiros aliados no mesmo campo de batalha, é impossível utilizar magia de água, fogo e raios.
Desta vez, é impossível combater a força do Exército Kouten.
Sopra o vento morno, descem as nuvens escuras e cobrem o céu e dança no ar o dragão prateado. É Genzou transformado.
Transformando-se ele próprio em dragão para interromper o avanço do clã de Shin Sakurafuji, Genzou agora é dragão que possui maior força mesmo dentre os espíritos da natureza, para dar a última apunhalada no clã.
Jin, que doma o fogo, entoa as palavras de magia em direção ao dragão:
“KyoRinronpoukakagyoku Ryusyuu・・・” (evocando bolas de fogo) Em seguida, Kou que doma o vento entoa as palavras de magia: “KyoRinronpoubouhuuryusyuu・・・” (evocando tempestade)
Contra Genzou que agora se transformou em dragão, as magias de Jin e Kou que domam os fenômenos da natureza já não surtem mais efeitos.

O dragão vomita o fogo e incendeia por completo, um atrás do outro, castelo Ootaka de Yume, castelo Shimizu de Makoto, castelo Raijin de Shou e castelo Takase de Shuu.
Genzou que avança nas batalhes vencendo folgadamente aprecia lenta e prazerosamente a destruição total do exército de Shin Sakurafuji.
Observando os quatro castelos sendo consumidos por intensos e violentos incêndios, Shou (comandante) admitiu a derrota, agora é o fim.

Nesse momento, Ritsu entoa as palavras de magia contra o céu com o máximo de voz que é possível soltar:

“KyoRinronpouhyoukairyuusyuu” (evocando bolas de granizos)

Terminando de entoar as palavras de magia, Ritsu desmaia e cai no mesmo lugar. Caem do céu milhares de granizos. Quantidade incontável de vários tamanhos de granizos atingem o dragão.
Os granizos são o ponto fraco de um dragão.
O dragão perdeu capacidade de voar e foi lançado sobre o último andar do castelo Shin Sakurafuji. Quantidade enorme de granizos cobrem o corpo de Genzou que havia se transformado em dragão. Era o fim de Genzou.
Batalha do castelo de Shin Sakurafuji ...Enfim, tudo terminou.
Os guerreiros do Exército Kouten com medo de Genzou não conseguiam desertar por longos anos e sem outra saída, obedeciam ao Genzou e pegavam em armas.
Gou corre para Ritsu e a levanta abraçando fortemente. Dos olhos de Ritsu correram rios de lágrimas.
De algum lugar vem a fragrância de lavanda e Ritsu recupera a consciência. “Mãe.....obrigada.....” O sorriso voltou ao rosto de Ritsu e o feitiço desapareceu. O feitiço jogado contra Ritsu não era de maldade, mas sim, oração para salvá-la. Ao alvorecer, todos os companheiros guerreiros de Shin Sakurafuji já estavam reunidos.
Mais que outras coisas, por todos estarem todos bem e em segurança, Shou (comandante) e Yuu ficaram muito felizes.